2006-12-18
Trocaram-me as voltas ao caminho.
Mais voltas, sem perder o Norte, nem as convicções.
O Jorge, que voltou a fazer um disco dos bons, empresta-me algumas palavras
Vamos enganar o tempo
saltar para o primeiro combóio
que arrancar da mais próxima estação!
Para quê fazer projectos
quando sai tudo ao contrário?
Pode ser que, por milagre,
troquemos as voltas aos deuses
Entre o caos e o conflito
a vontade e a desordem
não podemos ver ao longe
e corremos sempre o risco de ir longe demais
......
Volto as costas ao vazio
procuro o vento frio
o caruncho pode desfrutar
do meu velho sofá
deixo as manchas de café
o candeeiro de pé
vou em busca do meu Norte
...
Quantos pontos cardeais
ficarão no cais da solidão?
Quantos barcos irão naufragar
quantos irão encalhar na pequenez
da tripulação?
Confio às constelações
as minhas convicções
quebro o gelo que se atravessar
no rumo que eu escolhi
o astrolábio que há em mim
vai respirar enfim
hei-de alcançar o meu Norte
2006-05-10
2ª feira, 8 de Maio, 10.30 h, Caminho do Tejo (entre Sacavém e Póvoa de Stª Iria - 1ª etapa de 5 dias) -
pela estrada nacional, centenas, milhares de peregrinos à beira da morte
aqui, caminho vazio, cheio de vida
um único peregrino (além de mim) durante uma manhã de muitas paragens...

T.F.
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
o velho paraíso
Que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga, Antologia Poética, Dom Quixote
pela estrada nacional, centenas, milhares de peregrinos à beira da morte
aqui, caminho vazio, cheio de vida
um único peregrino (além de mim) durante uma manhã de muitas paragens...

T.F.
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
o velho paraíso
Que perdemos.)
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga, Antologia Poética, Dom Quixote
2006-04-27
Uma grande contribuidora para percebermos que são fundamentais boas observações e lucidez, quando pensamos o espaço.
Jane Jacobs (04.05.1916 - 25.04.2006)

Jacobs had no professional training in the field of city planning, nor did she hold the title of planner. She instead relied on her observations and common sense to illustrate why certain places work, and what can be done to improve those that do not. Together with William H. Whyte, Jacobs led the way in advocating for a place-based, community-centered approach to urban planning, decades before such approaches were considered sensible.
"Jane Jacobs' observations about the way cities work and don’t work… revolutionized the urban planning profession. Thanks to Jacobs, ideas once considered lunatic, such as mixed-use development, short blocks, and dense concentrations of people working and living downtown, are now taken for granted." -- Adele Freedman, The Globe and Mail
in http://www.pps.org/info/placemakingtools/placemakers/jjacobs e
http://en.wikipedia.org/wiki/Jane_Jacobs
Jane Jacobs (04.05.1916 - 25.04.2006)

Jacobs had no professional training in the field of city planning, nor did she hold the title of planner. She instead relied on her observations and common sense to illustrate why certain places work, and what can be done to improve those that do not. Together with William H. Whyte, Jacobs led the way in advocating for a place-based, community-centered approach to urban planning, decades before such approaches were considered sensible.
"Jane Jacobs' observations about the way cities work and don’t work… revolutionized the urban planning profession. Thanks to Jacobs, ideas once considered lunatic, such as mixed-use development, short blocks, and dense concentrations of people working and living downtown, are now taken for granted." -- Adele Freedman, The Globe and Mail
in http://www.pps.org/info/placemakingtools/placemakers/jjacobs e
http://en.wikipedia.org/wiki/Jane_Jacobs
2006-03-05
Depois de provar algumas voltas do labirinto, outro(s) caminho(s)
- do centro de Lisboa até ao resto do mundo

in RIBEIRO, Orlando (1938), «Le site et la croissance de Lisbonne», Opúsculos Geográficos, V Volume, Fund. Cal. Gulbenkian
"Lisboa nasceu no topo e nos flancos de um monte, abrupto por todos os lados, que domina a margem do Tejo para onde desce por uma das suas ladeiras menos íngremes. (...) Dois séculos após a Reconquista cristã, já a população transbordara para fora da muralha e com tal importância que D. Dinis mandou fechar da banda do rio este arrabalde, por novas obras de defesa - o muro da Ribeira - pondo-o assim a coberto das depredações dos piratas."
in RIBEIRO, Orlando (1935), «Crescimento de Lisboa», Opúsculos Geográficos, V Volume, Fund. Cal. Gulbenkian
"La vieille ville s'est d'abord étendue sur la versant méridional de la colline du château; puis la Baixa s'est structurée dans la vallée située à l'Ouest, entre la Ribeira et le Rossio; la conquéte des autres collines est plus récente et s'est surtout faite à partir des églises conventuelles."
.
in RIBEIRO, Orlando (1938), «Le site et la croissance de Lisbonne», Opúsculos Geográficos, V Volume, Fund. Cal. Gulbenkian
.
Eu vivo no meio das pernas... pernas para que te quero
.
Subscrever:
Mensagens (Atom)